[ONLINE] Universidade de Aveiro, Portugal

21, 22 e 23 de outubro de 2020

Autobiografia de Afetos e Cognições: ‘Ser-Fluir’ LGBTQI+

Rosely Cubo 
Vera Chamas Basso 
Washington Baptista

Neste artigo discutimos acerca das percepções afetivas e cognitivas de corporificação da consciência com base na pesquisa de projeto arquitetônico do Centro de Cultura e Acolhimento LGBT+ em Petrópolis, Rio de Janeiro. Os argumentos a serem desenvolvidos privilegiam a noção de que o ser humano parte de um todo chamado por nós de Universo, um aparte limitado no tempo e espaço. Experimentam a si mesmo, seus pensamentos e sentimentos como algo separado do resto, um tipo de ilusão da consciência. Essa ilusão restringe-nos aos nossos desejos pessoais e à afeição por umas poucas pessoas próximas a nós. Nosso trabalho deve ser libertar-nos dessa prisão, ampliando nosso círculo de compaixão para abarcar todas as criaturas vivas e a natureza inteira em sua beleza (Albert Einstein). A Dinâmica Energética do Psiquismo (DEP) parte do princípio de que todo ser humano pode despertar ao potencial que ‘É’, ‘Vir a Ser’ e ‘Fluir’ nesta existência. Desde uma fundamentação da práxis referida aos campos energéticos vibracionais que ressoam-impregnam experiências espaço-temporais vivenciada, trazemos as bases conceituais do existir-resistir LGBTQI+ como ‘atualização’ da identidade sexual em sua diversidade, pluralidade, equidade e alteridade lésbica, gay, bissexual, trans, “queer”, intersexo e mais outras incorporações da vivência homossexual; conjugado tais aspectos, consideramos que a convivência, numa visão ampla de trânsito entre o individual e o coletivo é representativa das conexões do Ser com a Matriz da Consciência Universal (Planck, 1944; Braden, 2008; Capra e Píer, 2014; Basso e Pustilnik, 2000; Azevedo, 2020) na qual todxs existem, ponte unindo os mundos intrínseco-extrínsecos e arquétipo refletindo as criações. Especificamente, a chave para o espelho dos relacionamentos está em reconhecer as ‘sensações sentidas’ em relação aos outros pelo que são e não pelo que o meio condiciona transforma-los (Braden, 2008); com vista ao princípio de simetria (Ramos, 2014) o contato entre pessoas, coisas e ambientes se evidencia por ressonâncias ou dissonâncias através de vibrações do campo vibracional (Basso e Pustilnik, 2000). Em âmbito quântico depreende-se que as concepções de resistência e resiliência dos movimentos LGBTQI+ qualificados como ‘Efeito-não-Local’ (Ramos, 2014) promovem encontros e constroem cenários favoráveis à realização de projetos coletivos e sonhos pessoais; estas representações multidimensionais favorecem a interação neurobiológica resultando em experiências nas formas de pensar-sentir-interagir dos sentidos LGBTQI+, que descreve Butler (2001b) como um modo de relação, em que nem o gênero nem a sexualidade são exatamente uma possessão, mas sim um modo de ser desapossado, um modo de ser para o outro e em virtude do outro. Na integração multidimensional da trajetória existencial humana que transcende a experiência neurobiológica, o ‘género-corpo’ (Basso e Pustilnik, 2000) pode ser representado em estudos transculturais e multidisciplinaridades, por saberes desvelado pelas Artes; em Espaço Arquitetural de interação entre as estruturas formal-planejadas e as redes informal-autogeradoras de sentido do Ser-Estar LGBTQI+ podem alicerçar através autopoética e autopoiese (Capra e Luisi, 2014) a idealização do projeto de edificação do Centro de Cultura e Acolhimento LGBT+ de Petrópolis, Rio de Janeiro (Baptista e Igreja, 2019). Portanto, este estudo apresenta o ócio estético como desfrute das artes tornando a realidade uma experiência satisfatória (Arroyabe, 2010) e a tactilidade referenciais da arquitetura como concentração espacial sutil e clara sem intenção de separar o interior e o exterior (Ando, 2010) que transpõem as barreiras de visão unidimensional às intersexualidades (Capra e Luisi, 2014) que alicerçam a conquista de espaço LGBTQI+.

Palavras-chave: Gênero; Sexualidade; Equidade-Alteridade; Manifestação-Corpo-Consciência; Arte-Autobiografia.