[ONLINE] Universidade de Aveiro, Portugal

21, 22 e 23 de outubro de 2020

Interseccionalidades e Orientalismos: Por Uma Perspectiva Queer Decolonial Chinesa

Romão Matheus Neto
Regiane Ribeiro

Desde a década de 1990, importantes reflexões queer acerca de gênero e sexualidade vêm sendo (re)elaboradas em busca de epistemologias e saberes produzidos por/para/sobre identidades consideradas abjetas e ininteligíveis graças aos atos performativos que ensejam em uma ordem compulsória entre sexo-gênero-desejo. Na constituição destas categorias de análise na história contemporânea e do passado, qualquer abrangência binária entre sexo/gênero e natureza/cultura é reconfigurada com o objetivo de pensá-las enquanto produtos de relações irregulares a partir das estruturas de poder permeadas pelos atos citacionais e enunciados de contingências culturais, sociais, políticas e econômicas. Não obstante, se isoladas da interseccionalidade entre raça e cultura, tais análises podem propor inclusões e alternativas engendradas em um modelo euro-americano e neoliberal individual, desconsiderando identidades étnicas asiáticas. Neste sentido, este paper, de caráter especulativo, busca traçar notas iniciais sobre as definições e dinâmicas téoricas de cultura, gênero e raça por meio de uma crítica decolonial chinesa. Para tanto, discutimos o conceito de Orientalismo em Said (2007) e colonialidade em Quijano (2009) e Ballestrin (2007), bem como as definições de interseccionalidade em Crenshaw (1994) e Pereira (2019). Por fim, apresentamos a perspectiva trandualista Xiang (2018) como ferramenta não-ocidental de compreensão de sexo/gênero, bem como sua relação com as discursividades e materialidades.

Palavras-chave: Estudos Culturais; orientalismo; decolonialidade; transdualismo; gênero.